O presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, conversaram por telefone pela primeira vez em sete semanas. A vice-presidente Kamala Harris juntou-se à chamada, de acordo com a Casa Brancae o gabinete de Netanyahu confirmou que o primeiro-ministro israelita também conversou recentemente com Donald Trump, antigo presidente e candidato republicano às eleições presidenciais de novembro.
Os Estados Unidos alertaram Israel contra qualquer ofensiva no Líbano que “se assemelhe” ao que aconteceu na Faixa de Gaza. “Afirmo claramente que não deve haver nenhuma acção militar no Líbano que se pareça com Gaza e cujo resultado se pareça com Gaza”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, aos repórteres.
O Ministro da Defesa israelita afirmou que o ataque do país ao Irão em resposta ao recente ataque com mísseis ao território israelita seria “letal” e “surpreendente”. O ataque de Israel deixaria o Irão confuso, afirma um comunicado do gabinete de Yoav Gallant. “Eles não vão entender o que aconteceu e como aconteceu”, disse o ministro israelense de extrema direita. O Irão disparou cerca de 180 mísseis contra Israel na semana passada, numa escalada do conflito entre os dois países.
Um outdoor na Praça Enqelab, em Teerã, mostra imagens do ataque de 1º de outubro a Israel. “Se vocês querem a guerra, nós somos os donos da guerra”, diz em farsi e hebraico.
FATEMEH BAHRAMI / ANADOLU / GETTY IMAGES
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A União Europeia (UE) criou uma ponte aérea humanitária para entregar materiais de apoio às populações do Líbano afetadas pelos conflitos com Israel. A ponte aérea consiste em três voos partindo de Dubai e Brindisi, na Itália, com o primeiro previsto para chegar a Beirute na sexta-feira.
Os voos, financiados pela Comissão Europeia, transportarão equipamentos do arsenal da UE, incluindo artigos de higiene, cobertores e equipamentos de abrigo de emergência, entre outros artigos. Esta ajuda soma-se à já enviada, no âmbito do Mecanismo de Proteção Civil da UE, pela Bélgica, Eslováquia, Espanha, França e Polónia, e à da Grécia, que chegará ao Líbano nos próximos dias.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês anunciou que a conferência de apoio ao Líbano convocada pelo Presidente Emmanuel Macron terá lugar no dia 24 de outubro, com o objetivo de mobilizar assistência internacional ao país onde Israel continua os seus ataques contra o Hezbollah. “Esta conferência ministerial reunirá os estados parceiros do Líbano, as Nações Unidas, a União Europeia e organizações internacionais, regionais e da sociedade civil”, disse o ministério num comunicado.
Danos à infraestrutura no Líbano, após ataques israelenses durante a noite.
EPA/WAEL HAMZEH
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Outras notícias do dia:
⇒ O Hezbollah anunciou que está a combater soldados israelitas no sul do Líbano, onde Israel tem tentado expandir a ofensiva terrestre que lançou no final de Setembro. O movimento xiita pró-Irã havia dito anteriormente que havia repelido duas vezes soldados israelenses que tentavam entrar no sul do Líbano.
⇒ Pelo menos quatro pessoas foram mortas e outras dez ficaram feridas num atentado bombista israelita a um apartamento de hotel que albergava famílias deslocadas pela guerra a norte da cidade de Sidon, no sul do Líbano, informou o Ministério da Saúde Pública libanês.
⇒ Duas pessoas morreram no norte de Israel, em Kiryat Shmona, vítimas de tiros foguetes do Líbano. Estas são as primeiras pessoas mortas em Israel por foguetes do Líbano desde a intensificação da ofensiva militar israelita contra o Hezbollah.
⇒ Os bombardeamentos israelitas contra o centro e norte da Faixa de Gaza mataram pelo menos 18 pessoas. Dois ataques atingiram tendas que albergavam pessoas deslocadas em Nuseirat e Bureij, centro de Gaza, e outro teve como alvo um campo de refugiados no hospital al-Yamin al-Sayed, em Jabalia, norte de Gaza. O número total de mortes no enclave desde o início do conflito ultrapassou 42 mil, incluindo mais de 16.900 crianças e cerca de 11.500 mulheres.
⇒ O Ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão viajou para a Arábia Saudita para discutir os esforços para alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza e no Líbano. “Esperamos que estas conversações com a Arábia Saudita conduzam a uma melhoria nas condições dos palestinianos na região e que a paz chegue ao Líbano”, declarou Abbas Araqchi, condenando os “crimes cometidos pelo regime sionista”.
Pessoas que já viviam sem documentos e com empregos precários agora ficam sem rede
JOÃO RELVAS/Lusa
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⇒ Um total de 39 deputados iranianos apelaram a uma mudança na doutrina sobre a energia nuclear, para permitir que a sua utilização vá além do uso civil, numa altura em que Israel ameaça retaliar contra o Irão pelo ataque da semana passada. O grupo “assinou uma carta, enviada ao Conselho Supremo de Segurança Nacional, apelando à reconsideração da doutrina de defesa da República Islâmica do Irão”, disse o deputado e clérigo Hasan Ali Akhlaghi-Amiri, um dos signatários.
⇒ A China expressou “oposição à expansão do conflito no Médio Oriente”, referindo-se à possibilidade de Israel atacar o Irão em retaliação pela ofensiva de mísseis iraniana da semana passada. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, afirmou em conferência de imprensa que a China está “profundamente preocupada” com a “intensificação das contradições” na região.
⇒ Um bombardeio israelense matou um policial e feriu outro nas Colinas de Golã sírias, parte das quais está ocupada por Israel, anunciou a agência oficial síria. O ataque teve como alvo “a entrada oriental da cidade de Quneitra”, no sul da Síria. No norte da Cisjordânia, pelo menos quatro palestinos foram mortos depois que oficiais israelenses atiraram contra o veículo em que viajavam em Nablus, segundo o Crescente Vermelho Palestino.
⇒ PS, PSD e Bloco de Esquerda aprovaram no Parlamento uma votação que condenou a declaração do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, como “persona non grata” do Governo israelita, que foi rejeitada pelo Chega e pela Iniciativa Liberal.
Você pode conferir os eventos que marcaram o dia anterior aqui.