A Assembleia Municipal do Porto aprovou, por maioria, a fixação do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) em 3% e a manutenção do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) em 0,324% para 2025.
A proposta de redução da carga fiscal dos cidadãos através de uma redução de 0,5 pontos percentuais no IRS foi aprovada por maioria, com o voto contra do BE e da CDU.
Pela CDU, o deputado Rui Sá disse concordar com a posição defendida pelo presidente da Câmara, Rui Moreira, até 2021 – ano em que o movimento independente assinou um acordo de governação com o PSD -, defendendo que as receitas poderiam ser utilizado pelo município para proteger as populações mais vulneráveis.
Também a deputada Susana Constante Pereira, do BE, afirmou seguir a posição anterior do executivo, defendendo que a medida “beneficia desproporcionalmente as pessoas com rendimentos elevados”.
A redução do IRS é uma das medidas incluídas no acordo de governação.
Em resposta, Rui Moreira afirmou que, na sua opinião, “nem o Porto nem qualquer município deveriam poder fazer reduções” na participação dos municípios no SRI, defendendo que tal não está relacionado com a devolução de fundos aos contribuintes, nem com a arrecadando mais receitas para as câmaras municipais, mas porque “qualquer um pode imaginar um endereço ou outro”.
“Fizemos um acordo com o PSDB, que vamos cumprir”, garantiu, porém, o prefeito.
O social-democrata Nuno Borges considerou que a medida reflete “o firme compromisso do PSD com as famílias”, não sendo “apenas um número do orçamento municipal, mas uma declaração de princípios”.
“Desde o início deste mandato e graças ao acordo de governação, conseguimos uma redução de 40% na participação no IRS”, afirmou, saudando também a manutenção da taxa do IMI, especialmente para quem possui habitação permanente.
A manutenção do IMI em 0,324% e o aumento de 30% para os imóveis desocupados foi aprovada por maioria com o voto contra do BE, que defendeu que a manutenção da taxa “representa perdas significativas de rendimentos para o município”.
Pelo PS, Agostinho Sousa Pinto felicitou o município por continuar a reduzir a taxa de IRS, bem como por manter a taxa de IMI, mas instou o executivo a identificar imóveis devolutos que cumpram os requisitos de aumento.
O deputado único do PAN, Paulo Vieira de Castro, lembrou que alguns municípios do país optaram por aplicar a taxa mínima do IPTU e renunciar a parte ou a totalidade do IR, considerando, no entanto, que este é “um caminho que está a ser trilhado para ajudar os cidadãos do Porto”.
Aos deputados, Rui Moreira esclareceu que 53.412 unidades autónomas beneficiaram, em 2023, da taxa de IPTU aplicada pelo município às habitações permanentes, que está fixada em 0,27%.
Para o movimento independente “Rui Moreira: Aqui Há Porto”, o deputado Raúl Almeida defendeu a importância de o município “ter um rumo que beneficie os portuenses, usando mais equidade do que igualdade cega” em matéria de política fiscal.
Paralelamente à discussão sobre os benefícios fiscais, a Assembleia Municipal aprovou, por maioria, a fixação da taxa de servidão municipal para 2025 em 0,25%.
Neste sentido, foram diversas as críticas à “inação do regulador”.
“Nos últimos 20 anos o orçamento estabilizou nos 80 mil euros. Recebemos 1,6 milhões de euros nos últimos 20 anos. Rui Moreira.
O início da sessão, que decorreu na noite de segunda-feira, foi também marcado por um debate em torno de um voto de condolências e de condenação apresentado pelo BE pela morte do presidente da Câmara e vereadores da cidade de Nabatiyeh, no sul do Líbano.
O respetivo voto não foi incluído na votação por decisão do Conselho de Administração, que entendeu que as suas considerações equivaliam a uma recomendação e que esta deveria ser apresentada em futura sessão ordinária.