A subsidiária do Bankinter em Portugal contribuiu positivamente para os resultados do grupo espanhol nos primeiros nove meses do ano. Gloria Ortiz, presidente executiva (CEO) do Bankinter, afirmou esta quinta-feira que Portugal continua a ter “uma evolução muito satisfatória”. Tanto Portugal como a Irlanda estão a ganhar peso na margem bruta dos negócios do grupo.
O grupo Bankinter reportou lucros de 731 milhões entre janeiro e setembro. Em Portugal, o lucro antes de impostos atingiu os 154 milhões de euros e a operação portuguesa continua a ter “potencial de crescimento”, afirma o CEO.
Relativamente aos grandes números da operação em Portugal, o gestor destacou o crescimento do crédito de 11%, até aos 10 mil milhões de euros, com crescimento de 7% na banca comercial e de 22% na banca de empresas.
O rácio de incumprimento em Portugal situou-se em 1,3%, abaixo do registado em Espanha, que foi de 2,2%, apesar de a dimensão do negócio em ambos os países não ser comparável.
As taxas em Portugal nos primeiros nove meses do ano cresceram 12%, para 56 milhões de euros, e a margem financeira (diferença entre o que o banco paga pelos depósitos e o que cobra pelo crédito) aumentou 15%, para 211 milhões. euros. .
As provisões ascenderam a 30 milhões de euros, mais 30% face ao período homólogo de 2023.
Na conferência de resultados, Gloria Ortiz admitiu que, com a queda das taxas de juro, os rendimentos dos bancos tenderão a cair e a remuneração dos depósitos também sofrerá.
O CEO do Bankinter destacou que o problema subjacente em termos de crédito imobiliário é a oferta insuficiente de casas no mercado.
Além disso, o Bankinter está “muito satisfeito em financiar” a compra de habitação tanto para jovens em Espanha como, num futuro próximo, para “jovens em Portugal”, afirmou Jacobo Díaz, diretor financeiro do banco. Segundo o gestor, o banco já financia 100% no mercado espanhol, e espera fazê-lo também em Portugal, com uma garantia estatal para facilitar aos jovens a compra de casa.
Durante a conferência de imprensa desta quinta-feira, o tema dominante foi a discussão sobre a contribuição extraordinária para a banca em Espanha. Gloria Ortiz questionou se o Governo pode tornar este imposto definitivo.
O CEO do Bankinter afirmou ainda que se trata de “uma questão política” e considera que “é discriminatório para o setor”. Mas ele não disse se irá contestar o assunto na Justiça ou se esse imposto será repassado de alguma forma aos clientes, apesar dos questionamentos dos jornalistas.