Com magusto comunitário, Festa dos Sabores de Montanha leva o outono à mesa

Com magusto comunitário, Festa dos Sabores de Montanha leva o outono à mesa
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Aldeia de Montanha do concelho de Gouveia, a freguesia de Folgosinho situa-se na encosta norte da serra da Estrela. Aqui, onde o ar é puro, conta-se que D. Afonso Henriques fez uma paragem para descansar durante perseguição aos mouros e que foi assim que a aldeia foi batizada. O então Rei de Portugal ordenou: “Descansemos aqui… e vamos todos tomar um folgosinho de ar!” Assim terá ordenado D. Afonso Henriques (ou D. Sancho I, a lenda diverge) aos homens, encantado com o ar e águas cristalinas da povoação. Os mesmos que ainda hoje continuam ainda hoje a favorecer as caminhadas de natureza.

É de facto uma aldeia repleta de lendas, onde Viriato terá nascido e é possível perceber alguns vestígios que remetem para as épicas batalhas do guerreiro. As formações rochosas peculiares e nomes equivalentes também dão aso a muitas histórias pitorescas que merecem ser descobertas.

Folgosinho

Aldeias de Montanha

A aldeia de ruas empedradas mantém alguma ruralidade e ainda é frequente encontrarem-se pastores com os rebanhos de ovelhas a passar, as tais que dão o leite para o famoso Queijo da Serra da Estrela. Além de Folgosinho, o concelho de Gouveia é rico comporta outras aldeias de montanha que merecem visita como Aldeias, Figueiró da Serra, Melo e Mangualde da Serra. Nestes lugares cruzam-se tradições ancestrais e saberes que passam de geração em geração.

Entre os sabores locais provam-se o cabrito, o borrego, o arroz de cabidela, a feijoada de javali e, naturalmente, o queijo Serra da Estrela, o requeijão com doce de abóbora, assim como o arroz-doce feito com leite de ovelha e as filhoses.

Magusto em Folgosinho

CM Gouveia

É para celebrar (e dar a provar) o melhor que a serra da Estrela tem que entre os dias 1 e 3 de novembro a aldeia de Folgosinho, em Gouveia, apresenta a Festa dos Sabores. Valorizar o melhor que a Montanha tem para oferecer no que respeita aos produtos endógenos é outro dos objetivos, que continuam a ser fonte de rendimento para muitas famílias da região.

Nesta Festa dos Sabores de Montanha não vão faltar a castanha e outros frutos secos, o pão de centeio, o mel, as compotas, a doçaria tradicional, os cogumelos e os enchidos. E para destacar o que de melhor se faz, no segundo dia do evento, 2 de novembro, às 16h30, realiza-se um concurso de doçaria de castanha e uma montaria ao javali, atividade cinegética que permite controlar a densidade populacional da espécie e evitar estragos no sector agrícola.

Festa dos Sabores de Montanha

No último dia da Festa dos Sabores de Montanha há um trail de 11 km e uma caminhada de 6,71 km, a partir das 9h00. Além da animação e dos concertos, a festa inclui ainda magusto comunitário, atividades e experiências temáticas relacionadas com a montanha, saídas de campo, showcookings, concurso de doces à base de castanha e oficinas gastronómicas.

A Festa dos Sabores de Montanha em Folgosinho, uma das Aldeias de Montanha, assume uma preocupação com o meio-ambiente pelo que o uso de plástico vai estar condicionado e serão privilegiados materiais biodegradáveis.

Castelo de Folgosinho

CM Gouveia

Percorrer ruas e castelo onde caminharam figuras históricas
Ao passear pelas ruas empedradas de Folgosinho, descobrem-se várias fontes de água em pedra, com decorações em azulejos onde constam versos populares. Por vezes ainda se veem mulheres a ir buscar água a estas fontes. Admire o Castelo, totalmente reconstruído no século XX, no sítio onde existiam vestígios de uma fortificação medieval e, no mesmo local, os vestígios de um antigo castro lusitano que remete para a lenda de Viriato. Sendo certo que são vários os locais a querer reclamar para si a origem ou local de nascimento do corajoso guerreiro, em Folgosinho essa tradição é mais forte. Existe mesmo uma casa à entrada da aldeia onde se diz que terá vivido o herói lusitano. Reza a lenda que, séculos mais tarde, por aqui acampou D. Afonso Henriques, que foi atraído pela água da aldeia, pelo ao ar puro e por uma estranha donzela, que lhe indicou o caminho até Folgosinho e lhe disse que era a terra do antigo herói da Lusitânia. Visite ainda a Igreja Matriz e o Largo do Pelourinho.

Parque Ecológico

CM Gouveia

Parque Ecológico de Gouveia
Durante a visita ao Parque Ecológico de Gouveia (Quinta da Borrachota – Estrada Gouveia- Nabais (EN 330), Gouveia Tel. 961730877) tem oportunidade de observar javalis, gamos, veados e uma coleção de outros mamíferos, aves e répteis. Implantado numa área total de seis hectares, procura sensibilizar e educar os visitantes para as questões ambientais através da fauna e flora. Neste Parque percebem-se os ecossistemas existentes na Serra da Estrelae conhecem-se os mamíferos e aves autóctones, bem como algumas espécies exóticas. Trabalha em estreita colaboração com o Parque Natural da Serra da Estrela, onde encontra o CERVAS – Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens que está incluído na Rede Nacional de Recolha e Recuperação de Animais Selvagens, da qual fazem parte cerca de uma dezena de centros de recuperação, e cuja entidade gestora é o instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). É um hospital para a fauna selvagem e desempenha também um importante papel ao nível da educação ambiental e da sensibilização da população, principalmente das gerações mais novas, para a conservação da Natureza.

Varanda

CM Gouveia

Entre mosaicos agrícolas e as Cabeças do Faraó e do Velho
Vale a pena admirar estes formatos rochosos divertidos. Junto ao caminho florestal que liga Folgosinho a Videmonte, a cerca de 250 metros do Vértice Geodésico dos Galhardos, encontra a Cabeça do Faraó, um afloramento granítico de duas micas que assume o perfil de uma cabeça humana, que se assemelha à cabeça de um faraó e que suscita grande admiração. Trata-se de uma forma natural e resulta da alteração e erosão típica dos granitos. Outro afloramento curioso é a Cabeça do Velho, situado entre Gouveia e Manteigas, visto da estrada no lado Norte e de determinada perspetiva, recorta no horizonte a forma de cabeça humana. Conheça os Casais de Folgosinho, situados a Sul e a Nascente, nas duas vertentes do Mondego, onde está favorecida a agricultura de subsistência, que regra geral se faz próxima das casas “cortes” e o aproveitamento das linhas de água que correm límpidas para os lameiros, onde se formam belas pastagens. A paisagem é marcada por cearas de centeio, uma fonte de receita importante e usando ainda a palha para a cobertura das “cortes”. Nas últimas duas décadas, verificou-se um abandono sistemático de grande parte dos casais, fruto do envelhecimento das suas gentes e da partida dos mais jovens na procura por outros estilos de vida na “vila” (Folgosinho) ou pelo país e mundo. Para aqui chegar é preciso percorrer caminhos florestais e paisagens que são um prazer para o olhar.

Vale do Rossim

CM Gouveia

Entre relevos, habitats animais e lagoas
Estende-se por 101 mil hectares, distribuídos pelos concelhos de Gouveia, Seia, Manteigas, Celorico da Beira, Guarda e Covilhã, sendo a maior área protegida portuguesa. A sua paisagem é característica pela rocha granítica e de xisto, pelas pastagens de altitude, pela floresta autóctone feita de carvalhais e castinçais, pelos inúmeros vestígios da última glaciação, por lagoas, turfeiras e as nascentes de três importantes rios nacionais: Mondego, Alva e Zêzere, pelos “casais” (casas de colmo) isolados na Serra e pelos mantos brancos de neve nos meses mais frios. Neste habitat vivem alguns animais como o lobo, o javali, a lontra, a raposa, a geneta e o coelho-bravo-europeu, sobrevoados pela águia-real e a águia-de-asa-redonda, o falcão peregrino, o bufo real e o milhafre preto e pequenos répteis e anfíbios com espécies endémicas como a Lagartixa-de-montanha. No PARQUE Natural da Serra da estrela encontra-se o Vale do Rossim, lagoa artificial, situada a uma altitude média de 1437 metros onde foram criadas condições para quando as temperaturas permitem dar alguns mergulhos, praticar rappel, slide, canoagem e fazer passeios pedestres.

Museu da Miniatura Automóvel

CM Gouveia

Visitar Casas e Museus peculiares
A Casa da Vivência Judaica é um espaço cultural de preservação e conhecimento da herança judaica medieval e cristã-nova da época moderna de Gouveia. O ponto de partida para conhecer esta herança comum começa no Bairro da Biqueira, o arrabalde medieval onde a comunidade judaica se instalou, viveu e deixou marca na história de Gouveia, e expande-se a outras áreas da cidade visitáveis pela cidade. A coleção da Casa integra uma rara inscrição hebraica, completa, parte da sinagoga medieval de Gouveia, a última construída antes do édito de D. Manuel de 1496. Uma sugestão peculiar, em Gouveia consiste no Museu da Miniatura Automóvel, situado junto ao edifício dos Paços do Concelho. O colecionador Fernando Taborda, a Câmara Municipal de Gouveia, o Clube Escape Livre e o Automóvel Clube de Portugal uniram esforços para mostrar e divulgar as melhores coleções de miniaturas existentes no país. É um verdadeiro mundo por descobrir que conta com cerca de quatro mil miniaturas em exposição enriquecidas com algumas contribuições de coleções particulares (Rua Mestre Abel Manta, Gouveia. Tel.238496169). O Museu Municipal de Arte Moderna Abel Manta ocupa o primeiro andar do solar dos Condes de Vinhó, tem sete salas de exposição permanente, uma sala de exposições temporárias, uma biblioteca de artes, uma sala experimental e abre sobre um jardim público. A coleção foi constituída a partir de uma doação efetuada pelo filho de Abel Manta, arquiteto, pintor e artista gráfico João Abel Manta. Nele pode ver gravura de artistas plásticos do século XX português – dos primeiros modernistas aos anos 80 -, com particular destaque para Abel Manta (Entrada Gratuita.Rua Direita, 6290 Gouveia Tel. 238493648). A Casa Vergílio Ferreira – Para Sempre, em Melo, concelho de Gouveia, celebra a obra literária e o pensamento do autor de Até ao Fim, bem como a importância da aldeia natal de Melo e da evolvente da montanha da Serra da Estrela na sua escrita (Entrada é gratuita sob marcação (Tel.238745068).

Casa Vergílio Ferreira – Para Sempre

CM Gouveia

Roteiro Vergiliano
Um percurso pedestre do tipo Pequena Rota (PR) integra o Roteiro Vergiliano, implantado na freguesia de Melo, circundando a aldeia natal deste escritor português do séc. XX. Focado na componente rural e paisagística desta antiga vila da época moderna, num percurso circular de 9km. Este percurso é articulado com o de cariz urbano, que retrata alguns dos ambientes da aldeia eterna que Vergílio Ferreira transpôs para o seu legado literário. O roteiro Vergiliano tem uma componente urbana, possível de visitar com o apoio de um guia, previamente reservado para acompanhar um grupo, que tem início na Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira, partindo, depois, para a referida freguesia de Melo. A componente rural, a que se reporta este percurso está vocacionada para os caminhantes no sentido mais puro do termo. O Roteiro Literário de Vergílio Ferreira recupera e reconstrói a memória das gentes desta aldeia do concelho de Gouveia, dos costumes, histórias e sentimentos, valorizando o património e a paisagem que o autor recriou nas páginas dos seus livros. Melo é o centro, na fase neorrealista do escritor, das agruras e combates sociais de um povo.

Restaurante Lá em Casa

Boa mesa em Gouveia
Com Selo de Qualidade Recheio e selecionado pelo Guia Boa Cama Boa Mesa 2024, no município de Gouveia destaca-se o restaurante Lá em Casa (Avenida Dom Manuel I, Gouveia. Tel. 238491983). Com nova gerência, mudou a sala de jantar, agoraccom iluminação cuidada e uma atmosfera mais contemporânea. Andrew Seabra é o novo homemcdo leme e dos Estados Unidos trouxe ideias para revitalizar este espaço. Não retirou da ementa o famoso “Crepe de camarão com molho de salsa” nem a “Costeleta de vitela Marinhoa grelhada”. Não falha o “Polvo grelhado com batata torneada”. Aposta na garrafeira, onde pontificam propostas regionais e forte determinação em inovar. Outra opção é o restaurante O Albertino (Largo do Adro do Viriato, 8, Folgosinho. Tel. 238745266. Aqui, não deixe que a taberna no piso térreo o engane. É preciso entrar e subir a escada para chegar ao restaurante. Mal se senta, chegam logo queijos e enchidos locais. Depois de um tempo para ver a ementa, a recomendação é optar pelo menu fixo de cinco pratos. Há “Arroz de cabidela de coelho”, “Javali com feijão”, “Vitela de Folgosinho”, “Borrego assado no forno” e “Leitão de Folgosinho”. Termine com um “Pedrito”. Os cafés são por conta da casa.

Estrela Serenity – Resort

A serenidade da Estrela
O eco-hotel Estrela Serenity – Resort (Caminho das Regadas, 1, Folgosinho. Tel.967246 764), com vista para a montanha, permite conhecer bem a aldeia de Folgosinho, caminhar nas redondezas a pé ou de bicicleta. Dispõe de jardim e piscina exterior. Comece o seu dia rejuvenescido no nosso lago natural próprio para nadar, com vistas deslumbrantes sobre as montanhas e o parque Natural da Serra da Estrela. É um cenário idílico para um mergulho matinal refrescante ou uma sessão de yoga tranquila. Relaxe no terraço junto ao lago, sinta a luz do sol ou encontre conforto à sombra. Na localidade de Aldeias, as Casas Serranas (Tel. 96 1778671) são uma proposta para famílias e grupos de amigos partilharem e passarem os melhores dias na Serra da Estrela. Casa rústica com arquitetura tradicional da região, com paredes de pedra e interiores em madeira, proporcionam um ambiente caloroso e acolhedor. Outra opção é a Quinta Madre de Água (Vinhó. Tel. 238490500). Os 10 quartos, todos com nomes de castas portuguesas, oferecem conforto e uma elegância despojada. Rodeados de vinhas – a quinta também é produtora -, têm vista para a piscina e os cavalos de raça Puro-Sangue Lusitano, que pastam livremente pela propriedade. A poucos metros do edifício principal, onde se encontra também o restaurante, é possivel avistar a coudelaria. Aqui, é possível assistir ao treino de animais campeões.

Festa dos Sabores de Montanha

Roteiro de fim de semana é uma iniciativa Boa Cama Boa Mesa, com o apoio do Recheio, que semanalmente, ao longo do ano de 2024 vai dar a conhecer os principais eventos gastronómicos, entre festivais, feiras e mostras, que promovem regiões, restaurantes e produtos locais.

Este projeto é apoiado por patrocinadores, sendo todo o conteúdo criado, editado e produzido pelo Expresso (ver código de conduta), sem interferência externa.

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