Licenciamento, redes e mercado: preocupações atuais para o setor das energias renováveis

Licenciamento, redes e mercado: preocupações atuais para o setor das energias renováveis
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Este é um ano particularmente relevante para as energias renováveis. Em Abril foi aprovado um novo desenho de mercado que, entre outras medidas, permite a venda directa de energia eléctrica produzida através do sol, do vento ou da água em vez da utilização do mercado ibérico (MIBEL). Pouco depois, em maio, a Estrutura de Missão para o Licenciamento de Projetos de Energias Renováveis ​​2030 (EMER 2030), criada pelo Governo de António Costa, deu os primeiros seis passos com a eleição do seu presidente, o ex-deputado do PSD Hugo Carvalho. E em Setembro – após consulta pública – foi aprovada a revisão do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC2030), que define, entre outros objectivos, as novas metas que o sector renovável deve alcançar em 2030.

Mas agora resta o mais importante: traduzir tudo isso do papel para a realidade, o que ainda levará tempo.

Por exemplo, no licenciamento, está prevista a criação de um balcão e plataforma únicos que reduziriam o tempo de espera pela licença dos actuais quatro anos para dois. Como não é possível que já esteja em funcionamento, “o ideal seria tê-lo concluído até ao final de 2025” para que a atribuição de licenças seja mais rápida em 2026, afirma o presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis ​​( APREN), Pedro Amaral Jorge.

Nas novas formas de venda de eletricidade renovável que o novo desenho do mercado europeu permite – contratos por diferenças (CFD), mercado de futuros ou contratos de venda de longo prazo (PPA) -, além de uma regulação adequada, “é necessária uma rede”. eletricidade” para apoiar estas novas realidades, acrescenta o presidente da APREN. E aumentar e modernizar a rede eléctrica não só leva tempo, como também custa ao consumidor e é, portanto, um processo altamente escrutinado que requer aprovação regulamentar e governamental.

Na verdade, para atingir as metas definidas no PNEC 2030 será necessário aumentar as redes, afirma Pedro Amaral Jorge. E os objetivos são “mais ambiciosos”, diz o Governo. Por exemplo, a meta de redução dos gases com efeito de estufa aumentou de 45% para 55%; a participação das energias renováveis ​​no consumo final de energia aumentou de 47% para 51%; a implantação de projetos solares aumentou de 8,4 GW para 20,8 GW e os projetos eólicos onshore aumentaram de 6,3 GW para 10,4 GW.

Apenas a energia eólica offshore registou uma redução. A construção de 2 GW está agora registada no PNEC quando o anterior Governo antecipava 10 GW, embora fosse começar, precisamente, pela abertura de concursos para 2 GW.

“Os objetivos do PNEC estão alinhados com as expectativas dos consumidores. Falta detalhe no armazenamento de energia”, afirma Pedro Amaral Jorge.

Não surpreende, portanto, que quando questionado sobre os principais temas discutidos na conferência organizada todos os anos pela APREN, Pedro Amaral Jorge tenha respondido: licenças eléctricas, ambientais e municipais; a concepção do mercado eléctrico; e aumentar a capacidade da rede elétrica em relação aos objetivos do PNEC.

E também não é de estranhar que, mais uma vez, as inscrições para o congresso, que se realizará nos dias 4 e 5 de novembro e contará com mais de 50 oradores, tenham estado esgotadas. Porque, “permanece” o interesse nacional e estrangeiro na realização de projetos renováveis ​​em Portugal, não só na energia eólica e solar, mas também nos gases renováveis, como o hidrogénio e o biometano, e até nos SAF e eSAF, combustíveis sustentáveis ​​para a aviação.

Aliás, esta questão também será abordada na conferência, uma vez que começou a receber mais importância na Comissão Europeia e só esta semana, o governo português aprovou a transferência de 40 milhões de euros de receitas do imposto sobre o carbono para serem utilizadas no SAF nacional. e projetos eSAF (combustível de aviação sustentável feito de hidrogênio verde).

é a quota de energias renováveis ​​no consumo final de energia que o atual Governo pretende alcançar em 2030

O que é?

Organizada pela APREN há mais de dez anos, esta conferência reúne responsáveis ​​de praticamente todas as entidades ligadas ao sector energético e, em particular, das renováveis, para debater os objectivos do país e da Europa em matéria de descarbonização e electrificação e alertar para o que poderá precisa ser mudado.

Onde, quando e a que horas?

Na Culturgest, em Lisboa, dias 4 e 5 de novembro, das 9h00 às 18h00.

Quem são os palestrantes?

São mais de 50 distribuídos em dois dias, como:

  • Ana Cristina Carrola, vogal do conselho de administração da Agência Portuguesa do Ambiente
  • Ditte Juul Jørgensen, Diretora Geral de Energia da Comissão Europeia
  • Hugo Carvalho, presidente da Estrutura de Missão para o Licenciamento de Projetos de Energias Renováveis ​​2030 (EMER 2030)
  • Hugo Espírito Santo, secretário de Estado das Infraestruturas
  • Jan Osenberg, consultor sênior, SolarPower Europe
  • José Carlos Simão, diretor-geral da Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos
  • José Ferrari Careto, presidente da E-Redes
  • João Conceição, diretor de operações da REN
  • Maria João Pereira, Secretária de Estado da Energia
  • Maria da Graça Carvalho, Ministra do Ambiente e Energia
  • Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Comissão de Coordenação de Baixa Tensão
  • Patrick Clerens, Secretário Geral da Associação Europeia de Armazenamento de Energia
  • Paulo Carmona, diretor-geral da Direção Geral de Energia e Geologia
  • Pedro Amaral Jorge, presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis

Veja a programação completa e todos os palestrantes aqui

Por que este evento é importante?

O setor das energias renováveis ​​enfrenta um novo desenho de mercado traçado pela Comissão Europeia e beneficiará em breve de uma alteração na lentidão do licenciamento de projetos, todos relevantes para o cumprimento dos novos objetivos do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) 2030 .

Este projeto é apoiado por patrocinadores, sendo todos os conteúdos criados, editados e produzidos pelo Expresso (veja Código de Conduta), sem interferência externa.

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