Esta sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa visitou o bairro do Zambujal, na Amadora, onde Odair Moniz foi assassinado após um tiroteio perpetrado por um agente da PSP. O Presidente da República, acompanhado pelo presidente da Câmara Vítor Ferreira, visitou a esquadra local e conversou “com vários moradores daquele bairro, incluindo familiares de Odair Moniz”.
em um breve vestir Publicado no site da Presidência da República, fica claro que esta “visita informal” é o início de outras viagens de Marcelo à Grande Lisboa. Além da PSP e dos vizinhos, o Presidente visitou também o Quartel dos Bombeiros. Mais tarde, deslocou-se também à zona da Damaia, onde jantou, e à Cova da Moura, “onde teve contacto com vários vizinhos”.
Eclodiram motins em vários bairros da Área Metropolitana de Lisboa após a morte de Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e residente no bairro do Zambujal, na Amadora. Foi baleado por um agente da PSP na madrugada do dia 21 de outubro, no bairro Cova da Moura, no mesmo concelho.
Desde então, ocorreram tumultos no Zambujal e noutros bairros da Grande Lisboa, onde autocarros, carros e caixotes do lixo foram queimados e vandalizados, resultando em cerca de duas dezenas de detenções e outros tantos suspeitos identificados. Sete pessoas ficaram feridas, uma delas gravemente.
Há uma semana, Marcelo considerou legítimo o confronto político por questões de segurança e afirmou que era prematuro visitar bairros afetados por tumultos.
“Não quero entrar nesta luta política, que é legítima, os protagonistas políticos têm o direito de dizer que isto é negativo, isto é positivo, eu penso isto, eu penso aquilo. noutro sentido, é democracia”, afirmou então, adiando a visita e defendendo que “foi dada primazia ao Governo”. “Vale a pena esperar dois ou três dias pela próxima semana”, disse ele. Até à data, tanto quanto é do conhecimento público, nenhum membro do Executivo visitou os locais.