Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) vão reunir-se esta segunda-feira, com a participação do seu homólogo do Reino Unido, para aprovar mais sanções contra o Irão, e também com o novo chefe da diplomacia ucraniana.
Na mesa será discutido como evitar que a Rússia receba componentes tecnológicos que estão a ser fornecidos pelo Irão e pela China. O ministro das Relações Exteriores, Paulo Rangel, participa do encontro.
Já existem sanções contra empresas que fornecem armas ao esforço de guerra russo na Ucrânia, no caso do Irão, e componentes tecnológicos, no caso da China, mas os ministros querem avaliar outras opções, disse um alto responsável europeu.
Um novo pacote de sanções deverá ser anunciado na segunda-feira para limitar o envio de armas iranianas, em particular mísseis balísticos, disse a mesma fonte.
O pacote se concentraria apenas nas armas fornecidas a Moscou e não incluiria o fornecimento de armas por Teerã ao Hezbollah ou a escalada no Oriente Médio, disse um alto funcionário da UE.
A reunião contará com a presença do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, David Lammy, que tomou posse em julho. O Reino Unido foi estado membro da UE até o início de 2020. Desde então, o bloco comunitário conta com 27 países.
O novo ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiha, informará os líderes da UE sobre os últimos acontecimentos no país, que há mais de dois anos tenta derrotar uma invasão da Federação Russa.
Será também discutida a situação político-social na Venezuela, numa altura em que o presidente reeleito, Nicolás Maduro, continua a cimentar o regime na sua repressão a opositores políticos, jornalistas e activistas.
A Venezuela, país que conta com uma comunidade significativa de portugueses e lusodescendentes, realizou eleições presidenciais em 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que seu candidato, o ex-diplomata Edmundo González Urrutia, obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e vários países da comunidade internacional denunciaram a fraude eleitoral e exigiram que os registos de votação fossem apresentados para verificação independente, o que a CNE diz ser inviável devido a um “ataque cibernético” de que teria sido alvo.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com um saldo de cerca de duas mil detenções e mais de duas dezenas de mortes.