Esta semana foi apresentado um novo índice que visa acompanhar e avaliar o grau de evolução da economia da longevidade – focada nas pessoas com mais de 50 anos – nos países europeus. Através da análise de dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e do Eurostat entre 2005 e 2020, o objetivo é permitir uma comparação do desenvolvimento dos países em oito dimensões.
Transição demográfica, saúde e proteção social, pensões e proteção laboral, mercado de bens e serviços para idosos, mercado de trabalho para idosos, participação na sociedade, segurança financeira e vida saudável e ativa são os fatores analisados no intitulado Rastreador de Economia Sênioruma iniciativa do Centro de Pesquisa Agingnomics, da Fundação MAPFRE, com a Universidade Pontifícia Comillas.
O estudo mostra Portugal acima da média em quatro dos indicadores e abaixo nos restantes quatro. O país obtém desempenhos mais positivos nas áreas da reforma e protecção laboral (quinto lugar), mercado de trabalho para idosos (nono), transição demográfica e saúde e protecção social (décimo em ambos). Por outro lado, aparece abaixo da média em relação ao mercado de bens e serviços para pessoas idosas (14.º lugar), segurança financeira (16.º lugar), vida saudável e ativa (22.º lugar) e participação na sociedade (23.º lugar).
Os países analisados incluem todos os membros da União Europeia, com exceção de Malta e Chipre, devido à “fraca representação e disponibilidade de dados”, enquanto a Noruega e o Reino Unido foram integrados devido à sua “proximidade” dos Estados-membros do União Europeia. União Europeia e devido à sua “relevância”, leia o documento.
Ao agrupar todas as categorias, Portugal ocupa a 14.ª posição da tabela, com uma pontuação de 32,27, numa escala de um a 100. A lista é encabeçada pela Dinamarca (43,41), seguida da Noruega (43,27), Países Baixos (42,91) , Suécia (42,13) e Finlândia (41,33). Os últimos lugares são atribuídos à Bulgária (19,62), Roménia (19,52) e Croácia (18,22).
O estudo revela ainda a existência de uma “correlação” entre o Produto Interno Bruto (PIB) per capita e pontuações do índice. “Pode-se argumentar que o avanço da economia da longevidade poderia levar a um maior desenvolvimento económico em termos de PIB per capita e/ou que esse maior desenvolvimento facilita o avanço da economia da longevidade”, indica a análise.
O crescente envelhecimento da população, num contexto de diminuição das taxas de natalidade e de aumento da esperança média de vida, poderá aumentar o potencial da chamada “economia cinzenta” para 28,1% do PIB da União Europeia em 2025. de acordo com a Comissão Europeia. Numa “economia cinzenta”, a atividade económica satisfaz as necessidades das pessoas com 50 ou mais anos, nomeadamente através dos produtos e serviços adquiridos e da atividade económica adicional gerada pelas respetivas despesas.
Lançado em 2022, o Longevity é um projeto do Expresso – apoiado pela Novartis – que tem como ambição analisar políticas públicas sobre longevidade, discutindo os nossos comportamentos individuais e sociais com um único objetivo: que todos possamos viver melhor e mais tempo. Este projeto é apoiado por patrocinadores, sendo todos os conteúdos criados, editados e produzidos pelo Expresso (ver Código de Conduta), sem interferência externa.