Partido Liberal Democrático (LDP) do primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba perdeu a maioria na câmara baixa do parlamento nas eleições geraispela primeira vez desde 2009, indicam os resultados oficiais publicados esta terça-feira.
A coligação PDL (conservadora) com o seu aliado Komeito venceu no domingo 215 cadeiras de um total de 465 na Câmara dos Deputadosinsuficiente para garantir uma maioria absoluta de 233 deputados.
Depois que as primeiras projeções foram divulgadas na segunda-feira, Ishiba prometeu “iniciar reformas políticas e financeiras fundamentais” no LDPpunido nas urnas pela alta inflação no país e por um escândalo financeiro.
“O factor mais importante é a suspeita, a desconfiança e a raiva que não desapareceram em relação ao problema do financiamento e da política”, disse o primeiro-ministro à imprensa, referindo-se ao escândalo que abalou o PLD.
O escândalo financeiro, que já tinha contribuído para a impopularidade do ex-primeiro-ministro Fumio Kishida, levou o PDL a punir várias dezenas de membros por não declararem o equivalente a vários milhões de euros, arrecadados através da venda de bilhetes para noites de angariação de fundos.
Ishiba também garantiu que pretende permanecer no cargo apesar da derrota eleitoral, para não criar um “vácuo político”.
Sem maioria absoluta com o parceiro de coligação, o O PDL terá que procurar outros aliados ou formar um precário governo minoritáriouma vez que a oposição continua demasiado fragmentada para propor uma alternativa.
Este resultado será praticamente inédito na história do PDL, que conseguiu manter-se no poder quase ininterruptamente desde 1955.
Ishiba, de 67 anos, que se tornou primeiro-ministro em 1º de outubro, convocou eleições antecipadas e prometeu aos eleitores “um novo Japão”, com um programa para fortalecer a segurança e a defesa, aumentar o apoio às famílias de baixa renda e revitalizar o mundo rural japonês.
